quinta-feira, 20 de setembro de 2012

LUIZ FRANCISCON, NÃO ERA ENVOLVIDO COM OS NEGOCIOS DA VIDA

Louis Francescon“Hoje minha única propriedade consiste em uma cova à direita de minha falecida esposa, com uma viva esperança que ao soar da trombeta de Nosso amado Redentor, ao Qual servimos juntos “com sacrifícios” nesta terra de vaidade, ouviremos a Sua bendita voz de conforto, tirando-nos fora do túmulo, para então irmos encontrar com Ele na nuvem da Sua glória junto a todos os Seus fiéis para assim contemplar perenemente toda a Sua formosura. Aleluia.”
As palavras acima, dirigidas pelo nosso Irmão Ancião Louis Francescon, aos 88 anos de vida, através de carta, ao Ministério da Congregação Cristã no Brasil, reunido no Brás, em 1954, mostram o caráter e a postura que deve ter um verdadeiro Ministro da Igreja; nesta missiva (carta) além de outros ensinamentos o Servo de Deus fazia saber: “... boas oportunidades me foram apresentadas nas cousas desta vida, para usufruí-las, porém não estando elas de acordo à Palavra de Deus, pelo Seu temor as recusei e nunca me faltou o pão de cada dia.”
O Irmão Louis Francescon nasceu em 29 de Março de 1866, em Cavasso Nuovo, Província de Udine, norte da Itália.
Proveniente de família pobre e católica, era o quinto filho de Pietro e Maria Lorsa Francescon, não chegou a concluir o segundo ano da escola elementar.
Muito jovem, aos 15 anos, foi para Budapeste, Hungria - principal destino dos imigrantes italianos entre 1886 e 1895 - onde ganhou a vida até aos 20 anos com a arte de criar mosaicos, um oficio bastante valorizado na época, além de desenvolver habilidades para aprender novos idiomas.
Budapeste, Hungria
Foto: Budapeste na Hungria
Após servir ao exército, aportou nos Estados Unidos da América, na Cidade de Chicago - terceira maior cidade americana – no Estado de Illinois, em 3 de Março de 1890, onde foi recebido pelo seu irmão Osvaldo com o qual havia estado, pela última vez, na Hungria.
Neste mesmo ano (1890) foi evengelizado por Michele Nardi, um evangelista adenominacional - missionário italiano pioneiro na implantação do protestantismo entre a colônia italiana nos Estados Unidos - mas com comunhão com a Aliança Cristã & Missionária.
O Irmão Louis Francescon aceitou a Cristo como Seu Salvador em 1891, quando tinha 25 anos de idade e em 1892, juntamente aos Irmãos de fé valdense, fundou a Primeira Igreja Presbiteriana Italiana, onde Francescon exerceu o Ministério de Diácono.
Na Igreja Presbiteriana Italiana conheceu Rosina Balzano com quem se casou aos 29 anos (1895); desta união nasceram seis filhos.
Em 1901, o Irmão Francescon passou a desempenhar o Ministério de Ancião da Primeira Igreja Presbiteriana Italiana.
Antes, porém, em viagem (por motivo de trabalho) à Cidade de Cincinnati - terceira maior cidade do Estado de Ohio - no início de 1894, teve uma experiência pessoal Divina.
Suas memórias citam que estando ajoelhado em seu quarto, orando e lendo a Bíblia, ao chegar em Colossenses 2:12, que trata do batismo por imersão - caracterizado pela submersão (mergulho) total em água - o Irmão Francescon ouviu, segundo seu relato, uma voz que, por duas vezes, lhe disse: "Tu não obedeceste a este meu mandamento"; ao que teria respondido: "Senhor, jamais alguém me falou neste assunto".
“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.” (Cl. 2:12)
Batismo por imersão
Foto: Batismo por imersão
Sua carreira de fé mudou após esse acontecimento.
A partir desta experiência o Irmão Francescon passou a questionar a prática do batismo por aspersão - a água é derramada sobre a cabeça do batizado.
Em 06 de Setembro de 1903, nove anos após a revelação do batismo por imersão, por ocasião da viagem do Pastor Filippo Grilli, o Irmão Francescon (Ancião) estava presidindo a reunião e teve a oportunidade de falar à igreja sobre o batismo por imersão.
Na oportunidade o Irmão Francescon convidou a todos para assistirem ao seu batismo por imersão, que seria realiazado no dia seguinte, 07 de Setembro de 1903, uma Segunda-feira (dia do Trabalho nos EUA - Labor Day) no Lago Michigan, Lakefront, em Chicago.
Neste batismo, atendido pelo Irmão Giuseppe Beretta (o Irmão Beretta, convencido pelo Irmão Francescon, fora batizado por imersão numa Igreja Batista) compareceram 25 membros da Igreja Presbiteriana Italiana, sendo que destes, 18 Irmãos foram batizados entre eles o Irmão Francescon.
Quando do retorno do Pastor Filippo Grilli, o Irmão Francescon pediu para dirigir algumas palavras à igreja antes do sermão.
Com a permissão do Pastor, questionou a igreja sobre sua conduta durante a ausência de Filippo Grilli. Nínguém testificou nada contra ele.
Então, na presença do Pastor Filippo Grilli, novamente, falou do batismo por imersão e em seguida apresentou sua renúncia do Ministério de Ancião.
Os Irmãos que foram batizados por Giuseppe Beretta acompanharam ao Irmão Francescon.
Iniciou-se, naquele momento, uma pequena comunidade evangélica livre, denominada Assembléia Cristã de Chicago, a qual realizava suas reuniões em residências; poderíamos afirmar tratar-se do início da Congregação Cristã.
Posteriormente, na igreja Missão de Fé Apostólica, localizada na W. North Ave – 943, conduzida por William Durham (Pastor Batista, entusiasmado com a mensagem pentecostal) a esposa do Irmão Francescon, Rosina Balzano, recebeu a “Promessa do Espírito Santo com evidência de novas línguas, falando no idioma sueco”, em Julho de 1907.
Em 25 de Agosto de 1907, nesta mesma igreja - Missão de Fé Apostólica - aos 41 anos, o Irmão Francescon, também, recebeu a “Promessa do Espírito Santo com evidência de novas línguas”.
Destacamos que a Missão de Fé Apostólica, conduzida pelo Pastor William Durham se originou do “Avivamento Pentecostal da rua Azusa”. Em 1906, na rua Azusa, em Los Angeles, Califórnia o Pastor Metodista William Seymour, filho de escravos libertos, liderou o avivamento pentecostal, numa época em que os negros sofriam com a violência, devido ao preconceito racial. Deste mesmo avivamento vieram para o Brasil os missionários batistas, originários da Suécia, Daniel Berg e Gunnar Vingren os quais, em 1911, fundaram a Assembléia de Deus.
Avivamento da Rua Azuza
Foto: Igreja do Avivamento Pentecostal da Rua Azuza
Lembramos que o Irmão Francescon após ter sido convidado para estar na Missão de Fé Apostólica recebeu uma confirmação Divina de que aquela Obra, também, era de Deus e os Irmãos que o acompanhavam, também, estiveram naquela comunidade recebendo o Dom do Espírito Santo de se falar línguas diferentes.
Estavam reunidas assim as Doutrinas dos Batismos da Água e do Espírito.
Em Setembro, do mesmo ano, o Irmão Francescon, levou à igreja do grupo do Irmão Giuseppe Beretta, reunida na West Grand Avenue, em Chicago, a proposta da “Doutrina do Batismo do Espírito Santo” a qual foi aceita.
Assim, houve uma união da igreja do grupo do Irmão Giuseppe Beretta com a Assembléia Cristã de Chicago, pois, inicialmente, ocorrera uma divisão.
O Irmão Francescon passou a ocupar o Ministério de Ancião nessa nova igreja unida.
Em Janeiro de 1908, o Irmão Francescon atendeu um batismo no qual o Senhor chamou cerca de 70 Irmãos, sendo alguns libertos de doenças crônicas e incuráveis; entre estes Irmãos estava o nosso Irmão Giácomo Lombardi - primeiro italiano de fé pentecostal a retornar à Itália para anunciar o Evangelho aos conterrâneos.
Em Março de 1909, o Irmão Francescon e o Irmão Lombardi, ambos casados e com seis filhos, abandonaram seus empregos e se dedicaram à causa da Fé.
Em 04 de Setembro de 1909, embarcaram de Chicago para Buenos Aires, chegando na Argentina em Janeiro de 1910, onde fundaram a primeira igreja pentecostal da América Latina: Assembléica Cristã na Argentina.
Posteriormente, o Irmão Francescon e o Irmão Lombardi seguiram para o Brasil, mais precisamente para a Cidade de São Paulo.
Chegaram em São Paulo em 8 de Março de 1910, onde permaneceram até 18 de Abril, quando o Irmão Lombardi retornou para Buenos Aires e o Irmão Francescon seguiu para Santo Antônio da Platina, no Estado do Paraná.
O Irmão Francescon chegou a Santo Antônio da Platina em 20 de Abril de 1910, batizando, durante sua permanência, o primeiro crente pentecostal em terras brasileiras - Irmão Felicio Mascaro - e mais 10 Irmãos que creram no Evangelho.
Felicio Mascaro primeiro crente da Congregação Cristã no Brasil
Foto: Irmão Felicio Mascaro
Devido a ameaças de morte, por contrariar poderes religiosos estabelecidos na região, o Irmão Francescon regressou para São Paulo, chegando em 20 de Junho de 1910.
Novamente, em São Paulo, em torno de 20 pessoas - presbiterianos, batistas, metodistas e alguns poucos católicos - creram em sua pregação, sendo alguns curados de enfermidades e outros selados com o “Dom do Espírito Santo com evidência de novas línguas”.
Durante alguns anos os nossos Irmãos reuniram-se sem denominação e após adquirirem o primeiro prédio, em São Paulo, foi escolhido o nome “Congregação Christã do Brasil” oficializado na Convenção de 1936.
De 30 de Abril a 01 de Maio de 1927,na Cidade de Niagara Falls, Nova Iorque, os Anciães Louis Francescon, Massimiliano Tosetto (Niagara Falls, NY) e Michele Palma (Syracuse, NY) consideraram necessário a realização de uma Assembléia Geral dos Anciães das igrejas pentecostais ítalio-americanas, onde foram definidos seus 12 artigos de Fé adotados pela Congregação Cristã no Brasil a partir da Convenção de 1936 com breves modificações.
Niagara Falls
Foto: Cidade de Niagara Falls
Em 1960 substituiu-se a contração “do” pela contração “no” passando então a “Congregação Cristã no Brasil”.
Até 1930 a nacionalidade italiana era maioria entre os nossos Irmãos, posteriormente, passou a preponderar as demais etnias.
Desde 1950 a Congregação Cristã está presente em todo o território do nosso amado Brasil e em diversos Países.
O Irmão Louis Francescon esteve por 11 vezes no Brasil, sendo sua última viagem ao nosso País em 1948, aos 82 anos.
O Senhor recolheu nosso Irmão Louis Francescon, aos 98 anos de vida, em 7 de Setembro de 1964, em Oak Park - bairro às margens do lado oeste da Cidade de Chicago - Illinois, EUA.
Funeral do Irmão Louis Francescon
Foto: Funeral do Irmão Ancião Louis Francescon
Nós dos Sites Cristã News, CCB Verdade e CCB Realidade, no centenário da Congregação Cristã no Brasil, parabenizamos a todos os nossos Irmãos e Irmãs - crianças, jovens, adultos e idosos – que, com a ajuda de Nosso Deus e a Guia de Seu Bom Espírito, nas igrejas e na sociedade em geral, sempre zelam pela Doutrina de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e dignificam esta Obra.
Deus abençoe a todos e retribua em dádivas dos céus pela seriedade com a qual cada um sempre se porta Neste Caminho Santo.
Trancrevemos a seguir a íntegra da Carta do Irmão Louis Francescon dirigida ao Ministério da Congregação Cristã no Brasil, reunido no Brás em 1954.


“LOUIZ FRANCESCON Nº 311, N. LOMBARD AV. OAK PARK, Ill - U.S.A.

FEVEREIRO 3, 1954



DEUS SEJA LOUVADO

Louis Francescon aos meus amados irmãos na fé apostólica, reunidos na Rua Visconde de Parnaíba, 1616 em São Paulo, nos dias 15 e 17 de abril do corrente ano, para tomar ciência do relatório do andamento da Obra do nosso Senhor no querido Brasil, no ano de 1953 pp. A paz de Deus reine em vossos corações.

Agradeço ao pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que me concede vos enviar esta carta para vos recordar a graça que temos igualmente recebida do Piedoso Deus, por meio da morte e ressurreição de Seu Amado Filho, a Quem Ele não poupou a fim de que a Sua promessa tivesse o Seu cumprimento e o Seu nome fosse glorificado por Seus santos para sempre. Agora por meio das Sagradas Escrituras sabemos como pode vir manifestado o amor de Deus aos que estão longe da Sua Graça, enviando Seu Unigênito Filho a esta terra com uma natureza humana, dando-nos por meio d’ela o verdadeiro exemplo de humildade e também nos ensinando como Seu Pai pode ser manifestado a todos os filhos dos homens, a saber, observando os Seus mandamentos, em particular o Seu Novo, desta dispensação de graça aos Seus discípulos, que consiste em amar uns aos outros como Ele (Jesus) os tem amado também.

Os que são salvos por Cristo Jesus, com Ele recebem também o Pai que O enviou a esta terra para dar vida eterna a todos os que crêem e O aceitam como Único Salvador, pelo Qual Deus foi glorificado pela sua inteira consagração; é só por Jesus, Seu Unigênito Filho, que o Pai recebe a glória que lhe é oferecida pelos Seus crentes e, eles, pois como filhos adaptados por Cristo, herdarão ao fim com Ele todas as promessas de Deus pai, se lhe permaneceres fiéis até a morte.

Sabemos também que a Igreja de Deus Vivente, vem sempre formada pelos que Ele chama a fazer parte d’Ela, sendo então esses confiados a Seu Filho, para por Ele usufruir e compreender sempre mais o amor de Deus, e o Seu querer; com isso eles ficam ligados em uma íntima comunhão uns com os outros pela sorte que lhes coube de serem feitos membros do corpo de Cristo, sendo Ele próprio a cabeça desse corpo glorioso, Quem governa todos os membros com um só espírito.

Isso vem explicado na segunda parte do cap. 12 da primeira carta aos Coríntios e nós por essa parte da palavra de deus, vemos claro que todos os membros precisam da cooperação uns dos outros que integram o mesmo corpo, para poder cada um exercer a ação na sua parte de virtude com os demais membros do próprio corpo.

Portanto vigiai para que não entre em nenhum de vós um espírito de independência, cuidando que se possa servir a nosso Senhor sem depender uns dos outros membros do corpo. Logo tal crença do homem já manifesta um orgulho contrário à humildade, à fé e doutrina apostólica, espírito esse que gera contenda que destroem a paz no povo, produzindo dissensões que formam partidos e criam seitas novas, provocando escândalos, perdendo-se assim o bom testemunho que o mundo quer ver em cada um de nós.

Essas obras perversas só serão produzidas por aqueles que se afastam do corpo de Cristo que é um só; eu sou uma testemunha desse mal e por isso não paro de vos exortar a permanecer firmes na celestial vocação, resistindo ao diabo, pai de todos os soberbos e rebeldes.

Sabendo vós também que não há outro caminho que conduz á glória eterna além deste no qual nos achamos.

Para esse fim é assim mui necessário que todos vos reúnam anualmente, não só por uma formalidade da lei, quando determina um relato do movimento anual da Congregação, porém maiormente para virdes sempre mais fraternizados e preparados para suportar-vos uns aos outros nos combates que pode se levantar contra a doutrina que tendes abraçado por graça alcançada do Bondoso Deus, para assim vir defendida por vós Seus filhos que sois também chamados para serem as Suas testemunhas até a volta de nosso Redentor.

Só irmanados nessas reuniões é que vós podeis honrar e amar uns aos outros e também estar prontos para impedir que o mal entre no meio de vós. Se vós achardes em comunhão podereis estar sempre em comunicação por meio de cartas e circulares quando algum do meio de vós vem seduzido por satanás.

Porque esses também têm que aparecer os quais anunciarão estranhas doutrinas contrárias a fé Apostólica. Os tais devem ser reprovados, assim como outros males que queiram criar raízes no meio de vós, deveis impedi-los por meio de vossa unidade e amor à obra de nosso Senhor.

Para com os de fora já estais imunizados; espero que nosso celestial pai vos dê de perceber sempre mais a importância dessas reuniões anuais, que foi Ele mesmo Quem ordenou.

Até esta data foram levadas a efeito na Capital de S.Paulo, mais central para todos e, também porque há em S.Paulo mais e melhores meios para acomodar os que vêm de fora; porém ninguém venha tentado a julgar que S.Paulo ao fim chegue a ser uma nova Roma. Vos digo que Cristo é a nossa Única cabeça e aquele juízo não pode ocorrer porque Ele é o Dono do Universo e se tardar a vir, poderá permitir outras localidades para tal fim, se quiser: porém no momento é necessário vos acomodar em S. Paulo como no passado, com mais alegria e agradecimento a Deus, por aquilo que tem feito e que irá fazer por vós o nosso celestial pai, até a volta de Seu Amado Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, almejada por toda a Igreja remida e santificada pelo sangue do concerto eterno.

Pode ser que esta seja minha última carta para essas reuniões anuais; eu me sinto livre perante todos vós, porque vos tenho servido fielmente naquele pouco conhecimento que o Senhor me tem confiado. Nunca busquei o que é meu, porém só esforcei-me em achar-me aprovado do Senhor, como Seu servo, e nada mais. Tenho considerado a Sua rica graça que Ele quis doar-me com os Seus eleitos; apreciando-a acima de todas as cousas deste mundo; boas oportunidades me foram apresentadas nas cousas desta vida, para usufruí-las, porém não estando elas de acordo à palavra de Deus, pelo Seu temor as recusei e nunca me faltou o pão de cada dia.

Com alegria a de um só par e sentimento com minha fiel esposa aceitamos a condição do Nosso Senhor, sem desanimarmos pelo que se apresentava contra nós neste caminho. Hoje minha única propriedade consiste em uma cova á direita de minha falecida esposa, com uma viva esperança que ao soar da trombeta de nosso amado redentor, ao Qual servimos juntos “com sacrifícios” nesta terra de vaidade, ouviremos a Sua bendita voz de conforto, tirando-nos fora do túmulo, para então irmos encontrar com Ele na nuvem da Sua glória junto a todos os Seus fiéis para assim contemplar perenemente toda a Sua formosura. Aleluia.

O inimigo da Verdade procurou muitas vezes tirar-me esta vida material, mas o meu Senhor aniquilou sempre os teus aguilhões e me amparou até esta data, dando-me longa vida para alegrar-me vendo a Sua milagrosa Obra junto com Seu povo, ao qual pertenceis também vós da parte de Deus, queridos amados do Brasil.

Eu vos saúdo no seu amor com as vossas queridas famílias e irmandade que representais nesta reunião, ao voltardes ao campo que o Senhor vos colocou em atividade espiritual. Orai por mim. Amém.

Vosso irmão que vos ama e estima na graça de Deus que temos alcançado pela fé em Cristo Jesus Redentor e Senhor nosso, o qual foi exaltado em eterno, para ser louvado junto ao Deus dos exércitos Celestiais, por ter vencido o autor de todos os males desta vida.


Louis Francescon”

sexta-feira, 20 de julho de 2012

LUIZ FRANCISCON, SEU TRAGETO NA GRAÇA

HISTORIA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL: CONTATO COM WILLIAN H. DURHAM, LUIS FRANCISCON

HISTORIA DO MOVIMENTO PENTECOSTAL, CONTATO COM WILLIAN H. DURHAM
DANIEL BERG, ( ASSEMBLEIA DE DEUS ) LUIS FRANCISCON, ( CCB )

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O irmão ancião Louis Francescon manteve contato com o movimento pentecostal americano iniciado em Los Angeles, e, em uma reunião deste movimento em Chicago, Francescon tem sua experiência com o falar em novas línguas. Iniciando assim um novo capítulo na história das igrejas italianas dos Estados Unidos: O Movimento Pentecostal Ítalo-Americano.


Para compreendemos este assunto temos que nos reportar ao começo do século passado, quando houve o início do Movimento, do qual nós descendemos, mesmo que indiretamente.

Vejamos:

O início do avivamento começou com o ministério do Charles Fox Parham. Em 1898 Parham abriu um ministério, incluindo uma escola Bíblica, na cidade de Topeka, Kansas. Depois de estudar o livro de Atos, os alunos da escola começaram buscar o batismo no Espírito Santo, e, no dia 1° de janeiro de 1901, uma aluna, Agnes Ozman, recebeu o batismo, com a manifestação do dom de falar em línguas estranhas. Nos dias seguintes, outros alunos, e o próprio Parham, também receberam a experiência e falaram em línguas.

Charles Fox Parham


Nesta época, as igrejas Holiness ("Santidade"), descendentes da Igreja Metodista, ensinaram que o batismo no Espírito Santo, a chamada "segunda benção", signficava uma santificação, e não uma experiência de capacitação de poder sobrenatural. Os dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas, não fizeram parte da sua teologia do batismo no Espírito. A mensagem do Parham, porém, foi que o batísmo no Espírito Santo deve ser acompanhado com o sinal miraculoso de falar em línguas.

Parham, com seu pequeno grupo de alunos e obreiros, começou pregar sobre o batismo no Espírito Santo, e também iniciou um jornal chamado "The Apostolic Faith" (A Fé Apostólica). Em Janeiro de 1906 ele abriu uma outra escola Bíblica na cidade de Houstan, Texas.
Um dos alunos esta escola foi o William Seymour. Nascido em 1870, filho de ex-escravos, Seymour estava pastoreando uma pequena igreja Holiness na cidade, e já estava orando cinco horas por dia para poder receber a plentitude do Espírito Santo na sua vida.


William Seymour

Seymour enfrentou as leis de segregação racial da época para poder frequentar a escola. Ele não foi autorizado ficar na sala de aula com alunos brancos, sendo obrigado a assistir as aulas do corredor. Seymour também não pude orar nem receber oração com os outros alunos, e consequentamente, não recebeu o batismo no Espírito Santo na escola, mesmo concordando com a mensagem.

Uma pequena congregação Holiness da cidade de Los Angeles ouviu sobre Seymour e o chamou para ministrar na sua igreja. Mas quando ele chegou e pregou sobre o batismo no Espírito Santo e o dom de línguas, Seymour logo foi excluído daquela congregação.

Sozinho na cidade de Los Angeles, sem sustento financeiro nem a passagem para poder voltar para Houston, Seymour foi hospedado por Edward Lee, um membro daquela igreja, e mais tarde, por Richard Asberry. Seymour ficou em oração, aumentando seu tempo diário de oração para sete horas por dia, pedindo que Deus o desse "aquilo que Parham pregou, o verdadeiro Espírito Santo e fogo, com línguas e o amor e o poder de Deus, como os apóstolos tiveram."

Uma reunião de oração começou na casa da família Asbery, na Rua Bonnie Brae, número 214. O grupo levantou uma oferta para poder trazer Lucy Farrow, amiga de Seymour que já tinha recebdo o batismo no Espírito Santo, da cidade de Houston. Quando ela chegou, Farrow orou para Edward Lee, que caiu no chão e começou falar em línguas estranhas.

Naquela mesma noite, 9 de abril de 1906, o poder do Espírito Santo caiu na reunião de oração na Rua Bonnie Brae, e a maioria das pessoas presentes começaram falar em línguas. Jennie Moore, que mais tarde se casou com William Seymour, começou cantar e tocar o piano, apesar de nunca tiver aprendido a tocar.

A partir dessa noite, a casa na Rua Bonnie ficou lotado com pessoas buscando o batismo no Espírito Santo. Dentro de poucos dias, o próprio Seymour também recebeu o batismo e o dom de línguas.

Uma testemunha das reuniões na Rua Bonnie Brae disse:

Eles gritaram durante três dias e três noites. Era Páscoa. As pessoas vieram de todosos lugares. No dia seguinte foi impossível chegar perto da casa. Quando as pessoas entraram, elas cairam debaixo do poder de Deus; e a cidade inteira foi tocada. Eles gritaram lá até as fundações da casa cederam, mas ninguém foi ferido. Durante esses três dias havia muitas pessoas que receberam o batismo. Os doentes foram curados e os pecadores foram salvos assim que eles entraram.

Sabendo que a casa na Rua Bonnie Brase estava ficando pequena demais para as multidões, Seymour e os outros procuravam um lugar para se reunir. Eles acharam um prédio, na Rua Asusa, número 312, que tinha sido uma igreja Metodista Episcopal mas, depois de ser danificado num incêndio, foi utilizado como estábulo e depósito. Depois de tirar os escombros, e construir um púlpito de duas caixas de madeira e bancos de tábuas, o primeiro culto foi realizado na Rua Asusa no dia 14 de abril de 1906.

Muitos cristãos na cidade de Los Angeles e cidades vizinhas já estavam esperando por um avivamento. Frank Bartleman e outros estiveram pregando e intercedendo por um avivamento como aquilo que Deus estava derramando sobre o país de Gales.

Num folheto escrito em novembro de 1905, Barteman escreveu:

A correnteza do avivamento está passando pela nossa porta... O espírito de avivamento está chegando, dirigido pelo sopro de Deus, o Espírito Santo. As nuvens estão se juntando rapidamente, carregadas com uma poderosa chuva, cuja precipitação demorará apenas um pouco mais.

Heróis se levantarão da poeira da obscuridade e das circunstâncias desprezadas, cujos nomes serão escritos nas páginas eternas da fama Celestial. O Espírito está pairando novamente sobre a nossa terra, como no amanhecer da criação, e o decreto de Deus saía: "Haja luz"...
Mais uma vez o vento do avivamento está soprando ao redor do mundo. Quem está disposto a pagar o preço e responder ao chamado para que, em nosso tempo, nós possamos viver dias de visitação Divina?

O pastor da Primeira Igreja Batista, Joseph Smale, visitou o avivamento em Gales, e reuniões de avivamento continuavam para alguns meses na sua igreja, até que ele foi demetido pela liderança. Bartleman escreveu e recebeu cartas de Evan Roberts, o líder do avivamento de Gales. Mas o avivamento começou com o pequeno grupo de oração dirigido por Seymour.

Depois de visitar a reunião na Rua Bonnie Brae, Bartleman escreveu:

Havia um espírito geral de humildade manifesto na reunião. Eles estavam apaixandos por Deus. Evidentemente o Senhor tinha achado a pequena companhia, ao lado de fora como sempre, através de quem Ele poderia operar. Não havia uma missão no país onde isso poderia ser feito.
Todas estavam nas mãos de homens.

O Espírito não pôde operar. Outros mais pretensiosos tinham falhados. Aquilo que é estimado por homem foi passado mais uma vez e o Espírito nasceu novamente num "estábulo" humilde, por fora dos estabelecimentos eclesiásticos como sempre.3Interesse nas reuniões na Rua Azusa aumentou depois do terrível terremoto do dia 18 de abril, que destruiu a cidade vizinha de San Francisco. Duras críticas das reuniões nos jornais da cidade também ajudavam a espalhar a noticia do avivamento.

Como no avivamento de Gales, as reuniões não foram dirigidas de acordo com uma programação, mas foram compostos de oraçãos, testemunhos e cânticos espontâneos. No jornal da missão, também chamado "The Apostolic Faith", temos a seguinte descrição dos cultos:"As reuniões foram transferidas para a Rua Azusa, e desde então as multidões estão vindo.

As reuniões começam por volta das 10 horas da manhã, e mal conseguem terminar antes das 20 ou 22 horas, e às vezes vão até às 2 ou 3 horas da madrugada, porque muitos estão buscando e outros estão caídos no poder de Deus. As pessoas estão buscando no altar três vezes por dia, e fileiras e mais fileiras de cadeiras precisam ser esvaziadas e ocupadas com os que estão buscando. Não podemos dizer quantas pessoas têm sido salvas, e santificadas, e batizadas com o Espírito Santo, e curadas de todos os tipos de enfermidade. Muitos estão falando em novas línguas e alguns estão indo para campos missionários com o dom de línguas. Estamos buscando mais do poder de Deus."




Frank Bartleman também escreveu sobre os cultos na Rua Azusa:O irmão Seymour normalmente se sentou atrás de duas caixas de sapato vazias, uma em cima da outra. Ele acustumava manter sua cabeça dentro da caixa de cima durante a reunião, em oração. Não havia nenhum orgulho lá. Os cultos continuavam quase sem parar. Almas sedentas poderiam ser encontradas debaixo do poder quase qualquer hora, da noite ou do dia.

O lugar nunca estava fechado nem vazio. As pessoas vieram para conhecer Deus. Ele sempre estava lá. Conseqüentemente, foi uma reunião contínua. A reunião não dependeu do líder humano.

Naquele velho prédio, com suas vigas baixas e chão de barro, Deus despedaçou homens e mulheres fortes, e os juntou novamente, para a Sua glória. Era um processo tremendo de revisão. O orgulho e a auto-asserção, o ego e a auto-estima, não podiam sobreviver lá. O ego religioso pregou seu próprio sermão funerário rapidamente.

Nenhum assunto ou sermão foi anunciado de antemão, e não houve nenhum pregador especial por tal hora. Ninguém soube o que poderia acontecer, o que Deus faria. Tudo foi espontâneo, ordenado pelo Espírito. Nós quisemos ouvir de Deus, através de qualquer um que Ele poderia usar para falar. Nós tivemos nenhum "respeito das pessoas." O rico e educado foi igual ao pobre e ignorante, e encontrou uma morte muito mais difícil para morrer. Nós reconhecemos somente a Deus. Todos foram iguais.

Nenhuma carne poderia se gloriar na presença dEle. Ele não pôde usar o opiniático. Essas foram reuniões do Espírito Santo, conduzidas por Deus. Teve que começar num ambiente pobre, para manter o elemento egoísta, humano, ao lado de fora. Todos entraram juntos em humildade, aos pés dEle.

Notícias sobre as reuniões na Rua Azusa começaram a se espalhar, e multidões vierem para poder experimentar aquilo que estava acontecendo. Além daqueles que vierem dos Estados Unidos e da Canadá, missionários em outros páises ouvirem sobre o avivamento e visitavam a humilde missão. A mensagem, e a experiência, "Pentecostal" foi levada para as nações. Novas missões e igrejas Pentecostais foram estabelecidas, e algumas denominações Holiness se tornaram igrejas Pentecostais. Em apenas dois anos, o movemento foi estabelecido em 50 nações e em todas as cidades nos Estados Unidos com mais de três mil habitantes.

A influência da missão da Rua Azusa começou a diminuir à medida que outras missões e igrejas abraçaram a mensagem e a experiência do batismo do Espírito Santo. Uma visita de Charles Parham à missão, em outubro de 1906, resultou em divisão e o estabelecimento de uma missão rival. Parham não se conformava com a integração racial do movimento, e criticou as manifestações que ele viu nas reuniões.

Em setembro de 1906 a Missão da Rua Azusa lançou o jornal "The Apostolic Faith", que foi muito usado para espalhar a mensagem Pentecostal, e continuou até maio de 1908, quando a mala direta do jornal foi indevidamente transferida para a cidade de Portland, assim efetivamente isolando a missão de seus mantenadores.

O avivamento da Rua Azusa durou apenas três anos, mas foi instrumental na criação do movimento Pentecostal, que é o maior segmento da igreja evangélica hoje. William H. Durham(é possível encontrar este nome no livreto que a CCB distibui com o testemunho de Luigi Francescon)recebeu seu batismo no Espírito Santo em Azusa, formando missionários na sua igreja em Chicago, como E. N. Bell (fundador da Assembleia de Deus dos EUA), Daniel Burg (fundador da Assembleia de Deus no Brasil) e Luigi Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil).